Para protestar contra as péssimas condições da rodovia, algumas pessoas atearam fogo na ponte de onde o ônibus caiu, mas uma equipe do Corpo de Bombeiros apagou o fogo.
O acidente ocorreu no km 30 da PA-112, ramal da 12, que liga os municípios de Santa Luzia do Pará e Bragança. O ônibus da empresa Transmontenegro, de propriedade do empresário Pedro Galo, levava 45 pessoas para uma feira de produtos agrícolas em Bragança. De acordo com testemunhas, o motorista estava em alta velocidade e não diminuiu ao passar pela ponte. "O certo era ele ter quase que parado para passar pela ponte. Mas desde onde peguei o ônibus ele vinha correndo muito", contou o agricultor José Gaspar, de 76 anos. "Vi a morte de perto, mas ela não me quis", brincou o agricultor, que até a manhã de ontem permanecia no local do acidente.
Outras duas passageiras, uma adolescente de 16 anos e a professora Maria Raimunda Quadros, de 42, confirmaram a versão de José Gaspar. "Eu estava acordada quando aconteceu e vi quando o ônibus entrou na ponte correndo muito". A adolescente conta que foi resgatada pelo pai, Benedito Miranda. "Pensei até que estava sonhando", disse. As duas subiram no ônibus na vila Bom Jardim, e seguiam para o centro de Bragança.
Ao lado delas viajava o agricultor Nailton do Carmo Martins, que morreu esmagado após ser atingido por sacos de açaí, farinha de mandioca. Ele morreu antes da chegada do socorro médico.
O corpo de Nailton foi levado para o Instituto de Perícias de Bragança e depois para o de Castanhal, onde passou por necropsia. A polícia de Bragança está à procura do motorista Natal e do cobrador do ônibus, identificado apenas como Maurício, para que prestem esclarecimentos sobre o acidente.
Os 41 feridos, dentre eles seis crianças, foram levados para o hospital Santo Antônio Maria Zacaria, no centro de Bragança. A maioria dos passageiros do ônibus era de moradores da vila Bom Jardim, que fica na primeira travessa do Montenegro.
No hospital, uma força-tarefa foi montada para atender os pacientes. "Isso fez com que o atendimento ocorresse de maneira tranquila. Em pouco tempo, cinco dos feridos com fraturas foram para as salas de cirurgia, oito foram internadas para observação e o restante medicado e liberado", explicou Mário Ribeiro, diretor de recursos humanos do hospital.
Fonte: jornal O Liberal